quarta-feira, setembro 06, 2006

Realismo Fantástico

Tenho me deitado com seres monstruosos. Alguns são verdes, baixinhos. E eu odeio baixinhos. Nada contra, todos sabem. Mas não gosto. É que é melhor ver tudo do alto, embora eu sempre tenha tido medo de altura. CAIO em contradição. E na verdade, o fato de serem verdinhos não importa muito. É nada mais, nada menos, do que uma cor. Clorofila. É que são disformes. E nem todos são verdes, também. Alguns são pálidos, magros e altos. E talvez a palidez, essa cor sem cor. Talvez seja por isso que eles são os mais quietos. São amáveis. mas nunca me atrevi a olhá-los nos olhos; não foram feitos para o TRIVIAL. Eles têm dedos muito compridos e finos. Esses de pianista. As FALANGES são perfeitas. Peculiares, na verdade.
Já estava me acostumando com esses quando apareceram uns completamente metálicos, TECNOLÓGICOS. Não gostei tanto. Embora tivessem toda essa parafernália brilhosa, refletora. Eram, robóticos. Sem frio nem calor. Pelo menos a palidez de antes não era inerte.
E agora, já quase dormindo, vi parados na porta do quarto uns muito interessantes. Assim, do nada, surgiram ali e ficaram parados, estáticos. Tinham cabelos compridos e olhos azuis. Vestiam branco. Totalmente branco. Até no sangue. Como COPOS DE LEITE. E gostavam de punhos. Desses tendões e ossinhos que o punho tem, na parte de baixo. Até que enfim, algo em comum. Não resisti.
Não sei se sonhei, ou se o perfume do sangue deles é que me trouxe a paranóia. Mas acordei ao lado de criaturas horríveis, nada altas, nada magras. Musculosas. E eu odeio músculos. Com olhos verdes e grandes argolas nas orelhas. Cada uma segurava uma CIMITARRA. Deixei que fizessem em pedaços os outros habitantes da casa. E quando chegou a noite, me deitei novamente com Caio Fernando Abreu.

1 Commentários:

Blogger Cláudia Flores disse...

como conseguiu dormir com tantas esquisitices? :P

quinta-feira, 07 setembro, 2006  

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