sexta-feira, setembro 29, 2006

A perfeição não me agrada

Não acho que eu deva sempre ter uma resposta pronta pra tudo, nem uma opinião formada em relação a tudo. Sou algumas certezas e muitas dúvidas. Antes isso me incomodava, e muito. As dúvidas sempre pareciam bem maiores e mais urgentes do que as coisas que eu tinha como certas. Já não dou mais tanta importância a isso. Estou aprendendo a usar a meu favor essa minha mania de desconfiar de tudo, e questionar o que sinto, o que leio, o que vejo, e o que acho que vejo. Desconfio da perfeição. Idéias perfeitas não existem. Se existissem, não haveria evolução. Pessoas perfeitas não existem. Se existissem, seriam monótonas. Flores perfeitas não existem. Se existissem, seriam triviais.

Odeio estas palavras: inércia, monotonia, fixo, imóvel, e por aí vai. Todas elas estão ligadas à perfeição. Tudo que é perfeito é imutável. Permanece estático. Não evolui, nem regride. O termo perfeição é facilmente substituível. Flores belas existem. Pessoas interessantes existem, trabalhos competentes existem, idéias existem de todas as formas, e evoluem. Falar que algo é perfeito é abusar da exatidão. É estancar qualquer possibilidade de continuidade ou transformação. Um ponto-final. E definitivamente, perfeição é um termo subjetivo demais pra ser tratado com tanta lógica. Não é à toa que sempre uso a expressão “Perfeito!” sempre que algo não acontece da maneira que eu gostaria. Não gosto dessa palavra. O caráter de imutabilidade que ela atribui às coisas a que se refere não me agrada nem um pouco.

2 Commentários:

Anonymous Anônimo disse...

adorei muito teu comentário :) beijos mil!

sexta-feira, 29 setembro, 2006  
Anonymous Anônimo disse...

Esse post foi escrito com um traço leve de mágoa ou estou errado?

Gostei do texto. Mas, se me permite dizer o que eu não gostei, foi o trecho "Sou algumas certezas e muitas dúvidas."

Acho que, com um título do post como esse, tu não vai ficar tristinha com uma crítica...

domingo, 01 outubro, 2006  

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