domingo, outubro 15, 2006

De onde vêm os hábitos

Da minha infância, uma das claras lembranças que tenho é o fundo do quintal da casa da minha avó. Um quintal enorme, todo coberto por gramado. Quando aconteciam aquelas reuniões de família, eu sempre dava um jeitinho de fugir dos olhos de todos e ir lá pro fundo. Sentava em uma pedra, ao pé de uma árvore bem alta, não me lembro de quê, exatamente. Talvez de abacate. É uma boa fruta. Gosto da cor dela. Eu sentava ali e ficava um bom tempo quietinha, ouvindo de longe a conversa dos adultos. E o silêncio que fazia nos intervalos delas. A parte de que mais gostava era quando minha mãe ficava quieta por uns instantes e, de repente, soltava a pergunta pra quem soubesse responder: "Cadê a Cristiana?". Eu era uma anti-social assumida, obviamente. Mas eu gostava de ficar ali, no meu mundo. Quando percebia, estava lá minha mãe me chamando pra dentro de casa. Eu achava graça. Acho que eu fazia isso justamente pra chamar a atenção dela. Adorava quando ela aparecia lá, ao pé daquela árvore, que hoje nem considero assim tão alta, pra me pegar pela mão e me levar pra dentro de casa. Até hoje o fundo do quintal da casa da minha avó me fascina. Adoro.

6 Commentários:

Anonymous Anônimo disse...

no fim das contas, a gente cresce e acaba procurando pelo mundo algo que se parecesse com os quintais da casa da vó da gente, quem sabe pra ter aquela mesma sensação de antes. a antiga casa de madeira da minha avó hoje é um edifício, mas na memória ainda busco o gostinho das amoras e os canteiros de maravilhas:)

domingo, 15 outubro, 2006  
Anonymous Anônimo disse...

Putz, ô Cris, que texto gostosinho de ler...

: )

domingo, 15 outubro, 2006  
Anonymous Anônimo disse...

"Tempo, tempo mano velho,
falta um tanto ainda eu sei
Pra você correr macio"

Beijo pros dois aí de cima.
:)

segunda-feira, 16 outubro, 2006  
Anonymous Anônimo disse...

Pois é, o tempo...

segunda-feira, 16 outubro, 2006  
Anonymous Anônimo disse...

Pois é, Thiago...

segunda-feira, 23 outubro, 2006  
Anonymous Anônimo disse...

Que coisa mais amada...para ler e para lembrar também

quarta-feira, 15 novembro, 2006  

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