sexta-feira, dezembro 08, 2006

Versos bonitos

(...) Vai acontecer trapalhada, caipirinha, açúcar por sal.
Vai acontecer uma mosca sem asa, reumatismo, mais amizade, vai acontecer um tufão.
Vai acontecer cocaína em farmácia no ano 2010.
Vai acontecer ainda formiga, leitão, senha pública, minha filha querida!, enchente. Desânimo, avassaladora paixão.
Acontecer de cachorro casar...
Vai acontecer a respiração. (...)


Paulo Ribeiro, no Vitrola dos Ausentes

Por que as coincidências? Não sei. Não me pergunte coisas que não tenham resposta. Assim tu vais gerar o silêncio. Outro dia o acaso não deixou que eu perdesse no ônibus um broche que eu adoro. Hoje foi um verso que li num blog, e exatamente no mesmo momento o verso tocou em uma música na rádio. Salvou uma memória legal que eu tinha. Trouxe-a pra perto. Há alguns anos achei um papel com um nome em um livro na biblioteca da escola. Foi no terceiro ano, ainda. O livro era Os Ratos, do Dyonélio Machado, mas isso não tem muita importância. Não sei. Diante do que aconteceu depois... Alguns dias depois conheci a pessoa dona do nome no papelzinho. Foi por acaso. Ela se tornou muito presente em todos os meus dias a partir dali, por bons anos. Podem dizer que é mentira. Até entendo se não acreditarem. Já aconteceu de eu estar pensando em uma pessoa que não via há bastante tempo e ela aparecer, de repente. Mas isso é comum, não é? Pode ser. Vive acontecendo com a minha irmã. Comigo faz tempo que não acontece. Conheço uma guria que também se chama Cristiana. Conheci ela no cursinho, em 2001. Chamou a minha atenção porque ela usava um anel igual ao meu. E ele não era muito comum. Era um anel de prata, com pedrinhas verdes, que eu ganhei dos meus pais quando fiz 15 anos. E esse anel, até meu aniversário, havia sido da minha mãe, que por sua vez, ganhou-o do meu pai no dia em que eu nasci. Comentei com a menina sobre o anel. E ela me disse que havia ganho dos pais dela, de aniversário. Volta e meia eu encontro essa guria pela faculdade. Pensar uma coisa e outra pessoa dizê-la, também acontece algumas vezes. Na terça-feira uma amiga me lembrou de algo que eu já quase perdia na memória. Foi no início da faculdade. Eu ia apresentar um trabalho com ela e quando eu cheguei na aula, de manhã, ela vestia roupas iguais às minhas. Calças jeans, blusão branco, jaqueta vermelha, botas. E pra completar, brincos de argola prateados!! Ninguém combinou nada. Pior foi parecer banana de pijama na hora de apresentar o trabalho. Toda a sala achou que havíamos combinado. Ela é loira, de olhos azuis. Já cansei de usar a carteirinha dela pra pegar ônibus, e o cobrador nunca percebeu. Até hoje ele deve achar que eu me chamo Mariane. Também já acreditaram que éramos irmãs, e mantivemos a mentira numa boa. Já pensei com saudades numa pessoa e recebi uma mensagem dela no mesmo minuto. Outras vezes percebi coincidências e não comentei, porque por ser tão coincidente pareceria forçado. Dizer as mesmas coisas na mesma hora também acho legal. Vai saber. Eu não tenho explicação. Só acho que coincidências aproximam as pessoas. O surpreendente sempre é uma ótima desculpa pra puxar assunto. E hoje, fazendo um apanhado geral, penso que algumas das melhores pessoas que encontrei por aí surgiram de coincidências.

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