segunda-feira, fevereiro 19, 2007


To indo. Férias [!!!], já aviso. Pra não pensarem que abandonei isso aqui. Não façam dessa página a casa da mãe Joana. Entrem, abram as janelas, se joguem nas almofadas, fiquem à vontade. Mas não troquem nada de lugar. Vou estar além, em terras alheias e com vento na cabeça. Quando eu voltar, grito bem alto e faço aquela redação "Como foram minhas férias".

Digam a minha mãe para ela não se preocupar. Avisem a minha irmã que a chave do apartamento ficou embaixo do tapete, e que eu molhei as plantas antes de sair.

Até!

: )

sexta-feira, fevereiro 16, 2007


Esse é de 62. Tem outra versão do filme, feita em 1998, muito bonitinha.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

...E foi isso. Encontrei o presente no chão, quando abri a porta, na manhã do meu aniversário de 14 anos. Faz um tempo, já. Era uma caixa vermelha. Convidativa. Dentro dela, um calendário de 2010, março, 23 circulado. Do lado do calendário, meu disco preferido, a chave pra porta que não conheço, e um cartão em branco. Continua em branco, por sinal. E bem guardado. A cor vermelha da caixa já desbotou. A chave permanece não fazendo sentido. E 2010 é logo ali.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Surge de improviso
em meio a um silêncio vulgar
rompe dissonante a leveza do tempo
a cada nota imprecisa
até quando, por fim
já não há mais tom
harmonia
sentido
música
.


Essas frases não saíram da minha boca, nem da ponta dos meus dedos. Bem que eu queria ter escrito, mas não são minhas. Ganhei da minha amiga Cris(tina). Achei bonito.

* To com pena de deixar essa página às moscas. Meu novo blog está quase pronto. Branquinho, branquinho, e com umas pitadas de vermelho, que to viva e quero cor. Já importei todos os posts daqui pra lá, e falta agora editar a barra lateral (tá dando um trabalhão). Acho que antes de sair de férias, e isso quer dizer menos de uma semana, já me mudo de mala e cuia pra lá. Espero.

Além disso, chega de Caos. Lá terei só o Usina mesmo.

sábado, fevereiro 10, 2007

Em um texto publicado na década de 1980, a princípio intitulada Dois ou Três Almoços, Uns Silêncios e, mais tarde, Pequenas Epifanias, o escritor gaúcho Caio Fernando Abreu fez uma reflexão sobre o encontro de duas almas, aquele instante mágico em que seu caminho se cruza com o caminho de um outro que, independentemente da idade, classe social ou gênero, o reconhece como alguém especial, entende seus desejos e temores mais íntimos e lhe oferece uma possibilidade de partilha. A esse tipo de encontro, o autor dá o nome de "pequena epifania" e assim o explica:

"Era assim - aquela outra vida inesperadamente misturada a minha, olhando a minha opaca vida com os mesmos olhos atentos com que eu a olhava: uma pequena epifania".

E continua:

"Por trás do que acontecia, eu redescobria magias sem susto algum. E de repente me sentia protegido, você sabe como: a vida toda, esses pedacinhos desconexos se armavam de outro jeito, fazendo sentido".

* Início de uma resenha da Bravo desse mês sobre Eu, Você e Todos Nós, da Miranda July. A autora do texto usou partes da crônica de Caio Fernando Abreu pra descrever um pouco do universo do filme. Uma feliz combinação.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Faz tempo que não escrevo poemas. Me lembrei disso ontem, na fila do banco. Nem tinha tanta gente, e eu olhava pro chão. Era só um depósito, numa tarde vazia de coisas pra se fazer. Geralmente escrevo poemas de madrugada. E nem é que não tenho ficado acordada durante as madrugadas. Nada mudou. Mas mudou. Porque eu não tenho sentido vontade de escrever palavras queridinhas, nem nada que possa parecer muito doce. Não ando me enxergando como uma pessoa de muitas doçuras. Mas isso não é ruim. Não estou dizendo que é. Só não me vem naturalmente a delicadeza pra escrever um texto pé na lua. Daí penso que um poema não precisa ser eu, e caio em contradição. Um blog não precisa ser eu, e caio novamente em contradição, porque tenho muita coisa pra falar. Muita mesmo. Talvez eu fale, talvez eu encha isso aqui de sentidos. Prefiro, por sinal. Sentido dá uma idéia multifacetada de tato, de cheiros, de sentido na pele. E também não me importa o que vão dizer. Os textos que eu quero que sejam entendidos em linha reta, eu escrevo em linha reta. Os textos a que eu quiser dar múltiplos sentidos, usarei metáforas. E entenda-os como quiser, viu? Te dei liberdade pra isso. Tenho aqui uma mistura meio difícil de dissociar. Uma fome de jornalismo literário, e de literatura. Geralmente pendendo mais ao subjetivismo. Uma vontade de contar sobre o tempo. O meu e o de tanta gente que passa pela minha cabeça. E o tempo que acho escondido pelos cantos da casa. As palavras aqui falam das coisas. Só isso. Se elas passaram por mim, ou cruzaram o caminho de quem quer que seja, não interessa. Elas contam coisas, reais ou imaginárias. Se daqui a alguns minutos as frases aqui parecerem desbotadas, pouco importa. Minha necessidade é de escrever.

Já começou


Estou em débito com o cinema. Faz tempo que não entravam em cartaz tantos filmes bons ao mesmo tempo. Pretendo resolver isso a partir de sábado. Vou começar por A Vida Secreta das Palavras, que já espero estrear aqui há um tempão. Já vi Minha vida sem mim, da Isabel Coixet, também com a Sarah Polley protagonizando, e gostei muito. Incrível a maneira como ela consegue lidar com temas delicados com tanta sensibilidade. O elenco tem, além da Sarah Polley, Tim Robbins (Sobre Meninos e Lobos), Javier Camara (Fale com Ela, do Almodóvar, que inclusive, está co-produzindo o filme de Coixet), Leonor Watling e Julie Christie. A trilha é cativante: tem Antony and The Johnsons, com "Hope There's Someone". Depois conto o que achei.

Tem Scoop, filme novo do Woody Allen, de novo com a Scarlett Johansson no papel principal, Pecados Íntimos, que concorre ao Oscar em três categorias, Perfume (esse desconfio que já perdi. Pelo menos no Guion Center não está mais em cartaz)... À Procura da Felicidade entrou em cartaz hoje e Will Smith recebeu indicação ao Oscar de melhor ator. Eu vi o trailer e me deu vontade de chorar. Parece um filme triste (e eu choro mesmo em cenas tristes. Até tento disfarçar, mas não convenço).

Completando, tem ainda Borat, com pré-estréia hoje. A Rainha recebeu 6 indicações ao Oscar e está entrando em cartaz hoje também.

Muita coisa. Certo é que não vou conseguir ver todos os que quero. Nunca consigo. Mas pelo menos espero ver a maioria no cinema. Isso que não citei todos. Alguns já perdi. O Labirinto do Fauno queria ter visto e talvez ainda dê tempo. Na Casa de Cultura ainda está passando. Mais estranho que a Ficção também não vi ainda...

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Previsão do Tempo: sol até o final da semana : (

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Vi Donnie Darko no domingo. Já tinham me falado desse filme e eu sempre me esquecia dele. Sábado cheguei na locadora sem indecisão, pelo menos, e de boa memória. Pra variar, peguei dois filmes (o outro foi Veludo Azul, do Lynch, que por sinal, vou devolver atrasado porque só fui assistir ontem).

Donnie Darko é antiguinho, de 2001. O protagonista é Jake Gyllenhaal, de Brokeback Mountain, mas bem novo ainda. Na real vou ter de assistir mais vezes. É um desses filmes de várias teorias. Andei discutindo com amigos e vejo que cada um tem uma idéia diferente, com alguns pontos de intersecção. O filme lida com viagem no tempo e no espaço (distúrbio mental?), realidade x ficção, sensibilidade, corruptelas e falhas na linha temporal. Ainda mexe com a hipótese da existência do Buraco de Verme (wormhole), ou seja, um túnel no tempo/espaço. Efeito Borboleta entra na história? Me pareceu que sim (várias teorias). E ainda tem espaço pra romantismo. Já li por aí que é basicamente um filme de terror para adolescentes. Meio simplista essa denominação, eu diria. Embora o filme toque um pouco em conflitos da adolescência, o sexo sublimado, alguns assuntos ali têm uma proporção bem maior. O mundo de um adolescente x o MUNDO, UNIVERSO.

Seguindo o filme busquei a trilha. O filme abre com The Killing Moon, do Echo and the Bunnymen, tem também Tears for Fears, Joy Division, INXS, The Cure, e Mad World (Gary Jules), pra fechar. Sim, é total anos 80.


Donnie: Why do you wear that stupid bunny suit?
Frank: Why are you wearing that stupid man suit?

With an envelope, We'll enter buildings we might touch,
I've got souvenirs but yesterday can't mean too much,
Have we missed an opportunity?

Whispers Chinese leaves a message, leaves a metaphor,
For what once was gold and once was rich and now is poor,
Have we missed an opportunity?
And the trees lean to lend,
Can I fold you in fourteen ways to depend not defend?
Souvenirs
Architecture in Helsinki
Se enxergavam em tudo que é lugar. E um olhava pro outro dos pés à cabeça, assim, bem como quem olha produto vencido na geladeira. Mantinham uma distância saudável e despercebida. Sem pretensão. Ela era uma patricinha metida a indie. Ele, um indie desinformado do resto. Ela, All Star limpo. Ele, quanto mais sujo, melhor.

Um dia se encontraram na parada de ônibus. Ela ficou sem ficha. Ele emprestou uma. "Acontece". Ela disse que devolveria. Ele disse que não precisava. Ela disse que fazia questão. Não pegaram o mesmo ônibus, mas dias depois ela devolveu a ficha. Bem Eduardo e Mônica.
.

[!] Féérias! Eu estou mesmo em contagem regressiva, porque elas estão chegando.
[!!] Ontem comecei a organizar o blog novo. Provavelmente vai ser branco. Ainda estou testando os templates. Engraçado é que já vou ficando com saudades desse fundo preto daqui. Engraçado, só.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Frase do dia


Reveja alguns conceitos
[Im] perfeita para uma noite de chuva.

This is what you get, this is what you get
This is what you get, when you mess with us
And for a minute there, I lost myself, I lost myself
And for a minute there, I lost myself, I lost myself
Radiohead


Daí vem a minha mãe e me diz pra dormir.
Ôooo, mãezinha, se eu dormir, deixo de ver a chuva. Se não dormir, a chuva pára, e eu não aproveitei pra dormir com ela.

[?]

Falando em prazeres, eu não resisto a um novo link. Nem deveria. Até acho que já tinha o Dead Air Space na coluna de música, mas devo ter apagado na limpa que eu fiz nos links semana passada. Sou daquelas pessoas que guarda de tudo, sabe? E tem sempre uma gaveta de coisinhas que um dia pode querer ler, reler, ou ver, ou pode precisar (nunca se sabe). Até que num súbito minuto de praticidade/racionalidade resolve fazer uma limpeza e joga tudo fora. O momento em que eu limpei os links foi um desses. A gaveta, vou deixando.

Na última vez em que eu a abri, encontrei o bilhete do primeiro filme que eu vi no cinema. Isso foi um marco! É óbvio que devo guardar. Daí fui achando mais coisas e quando vejo o minuto de praticidade passou e acabo jogando fora só as notas de supermercado mesmo.

sábado, fevereiro 03, 2007

Sobre a Cinemateca Paulo Amorim

Na quinta-feira entrevistei pra rádio da UFRGS o Luiz Pighini, diretor das salas de cinema da Casa de Cultura. Ele falou sobre a crise que a Cinemateca Paulo Amorim tem enfrentado depois que o Instituto Moreira Salles, braço cultural do Unibanco, suspendeu o apoio financeiro. O patrocínio acontecia desde 1996; era de em torno de 11 mil reais por mês. O restante da renda vem da bilheteria das sessões. Em dezembro o Unibanco contribuiu pela última vez, sendo que a Casa de Cultura só recebeu o aviso da suspensão do patrocínio um mês antes. Não bastasse o fim de ano ser um período complicado, também era época de transição no governo Estadual.

A causa da retirada do patrocínio é óbvia, apesar de não ter sido esclarecida pelo Instituto. O Unibanco é dono dos espaços Arteplex em várias capitais do país, e a perspectiva é de crescimento. Embora a Casa de Cultura tenha uma proposta que geralmente não atrai o mesmo público que o Unibanco Arteplex, ela é uma concorrente. Nos últimos tempos até, a programação de lá tem incluído mais filmes comerciais e talvez isso sirva como um indicativo da dependência que a Cinemateca tem do dinheiro que vem da bilheteria (eles têm apenas duas fontes de renda: o patrocínio, que agora foi retirado, e a bilheteria).

Um abaixo-assinado que ficou na porta da Sala Eduardo Hirtz recolheu cerca de 4 mil assinaturas. Foi entregue na semana passada à Secretaria de Cultura, e por enquanto, nada foi definido. Apoios isolados também vieram de gente como a advogada Denise Argemi, que vai contribuir até abril com mil reais do próprio bolso.

A Casa de Cultura, por enquanto, está com as três salas abertas graças à bilheteria. Uma programação atraente ajudou bastante, e agora, com a entrada em cartaz dos filmes indicados ao Oscar, a renda vinda dos ingressos não deve cair. O problema maior, de acordo Pighini, vai começar em março. Até fim de fevereiro, o funcionamento das salas está garantido.

Se as salas de cinema fecharem, o que acontece é que a Casa de Cultura fica sem um grande pólo de atração. Um espaço amplo vai ficar sem aproveitamento, e a cidade perde muito. Porto Alegre tem uma tradição de ter ainda espaços de cinema fora dos shoppings, com filmes muitas vezes raros, e vai perder junto com a Cinemateca parte da história do cinema no Estado. Foi ali que trabalhou de 90 a 96 (ano em que faleceu) Romeu Grimaldi, antigo programador dos cinemas Vogue e Bristol (esse ficava no mezanino do antigo Baltimore, na Osvaldo Aranha. O prédio foi demolido e agora, no lugar, existe um estacionamento). Grimaldi tinha um conhecimento enorme em filmografias. Ele fazia mostras internacionais (filmes chineses, franceses...), relançamentos de clássicos... Foi responsável pela formação de boa parte de uma geração de cinéfilos e de cineastas como Jorge Furtado e Carlos Gerbase.

Enfim, me alongo, perco o foco da discussão, que é o problema da CCMQ. Mas acho que tudo se mistura mesmo. Se a Cinemateca Paulo Amorim não fizesse parte tão importante pra cultura em Porto Alegre, não faria sentido todo o esforço que está sendo feito pra mantê-la em funcionamento.

A entrevista com Luiz Pighini vai ao ar na Rádio da Universidade na segunda-feira (05), a partir das 18h05min, no programa Universidade Revista.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Ordem na casa

Há um tempão o Bruno me encaminhou o link do Last.fm. Dei uma olhada, e não chamou muito a minha atenção. Ficou na caixa de entrada, o e-mail, e acabei deletando. É uma página parecida com o orkut, dizia ele, mas é voltada pra música. Boa pra descobrir coisas novas e conhecer um pouco mais das bandas de que tu já gosta. Alguns dias atrás a Cris também me veio com a página. Cheguei em casa e comecei a mexer nela. E não é que é prática? Muito prática, por sinal. Acabei de fazer uma limpa nos meus links ali do lado. Tirei todas as páginas de bandas, até porque pelas páginas não dava pra ouvir muito. No lugar, dei o link pro Last.fm. O que eu gosto tá ali. Deixei o Pandora, que é fantástico pra conhecer bandas novas, o radio.blog, que tem uma variedade grande, e vale muito acessar. O Blogmusik tem uma lista musical boa, por ordem alfabética. O problema é que muitas das músicas sugeridas acabam não tocando, ou demoram demais pra começar a tocar. Allmusic e Myspace são bons pra saber as influências dos artistas, relações entre eles, quem saiu de que banda e fundou qual. Quem já teve trabalho solo. Eu adoro. AccuRadio deixei na lista, mas acesso lá de vez em quando. Foi ficando pra trás porque repete demais as músicas. A seleção é automática, mas também não é lá essas coisas.

Subi toda a parte de cinema. Cinema não tem que ficar por último. Sempre vai ser uma das minhas primeiras opções. Não tenho dúvidas de que quero trabalhar com isso. Com o tempo vou colocar uma parte só de literatura ali do lado também. Hoje não vai mais dar tempo. Mas acho que já deu pra botar um pouco de ordem na casa. Estou tentando conhecer melhor o Wordpress. Os layouts são melhores e logo que eu conseguir montar a página lá, e deixar arrumadinha, transfiro tudo pra lá. Vou de mala e cuia.